Descrição
Ricardo Almeida não é marinheiro de primeira viagem. Ao contrário, timoneiro de outros mares, autor de dois livros anteriores, conduz sua caneta por águas seguras do poetar. E do cantar, músico que é, inclusive tem CD lançado. Com uma consistente experiência poética, apresenta-se pleno de maturidade com o presente tomo.
E vem mais arrojado ainda. Embarca-nos em sua Estação Hipnose. Encanta-nos balançando o pêndulo de seu relógio-livro, em espirais oníricas. Faz-nos viajar pelo tênue fio que separa o real do imaginário.
Esta fina pele fronteiriça entre sonho e realidade é de uma força surpreendente na obra de Ricardo Almeida. Talvez, mesmo morando há tempos na capital gaúcha, ainda lhe seja forte a linha imaginária que liga o homem à vida e costumes de Sant’Ana do Livramento e Rivera, onde os limites são ultrapassados de modo fluente.
Por característica, valoriza a estética da linguagem e a elegância na construção do verso, mesmo abordando esta temática difícil. Os 58 passos bem marcados desta estação constroem um caminho novo na poesia, muitas vezes batida e pouco debatida. E esse é um grande elogio que se pode prestar ao poeta que faz a todos navegarem pelas galáxias do transe.