Descrição
Lá pelas tantas, pergunta Rossyr Berny: “Meus olhos, eu enxergo ou ilumino?” Iluminas, poeta, iluminas… A poesia ilumina as coisas mesmo quando usa óculos pretos, como naquele teu belo poema Homem-Autômato.
Talvez o homem seja um robô. Mas um robô de Deus. Muito mais complexo que os fabricados pelos homens. Estes últimos apenas têm respostas, ao passo que os robôs-poetas vivem fazendo perguntas, isto é, têm uma coisa chamada inquietação – condição primeira da poesia, porque um poeta satisfeito, apenas satisfaz a si mesmo (…)
E por isso tudo é que este é um livro sofrido, vivido, inquieto, inquietante.
Mario Quintana
A poesia o eleva acima da passividade de quem apenas lê para se informar (…)
Como fez com os fatos, invade a linguagem de todos os dias e a intima. A frase feita “somos todos irmãos” torna-se, com a substituição do último substantivo, “somos todos munição”. A substituição traz à tona o que é encoberto pelos arranjos das convenções e dos sistemas.
Donaldo Schüler
Da poesia de Rossyr Berny pode-se dizer que é uma poesia comprometida com as “impurezas” do tempo. Nela nada é acalanto. Em verdade, a angústia da vida percorre-a como um rio subterrâneo. O poeta examina o mundo que o cerca e se espanta com sua impunidade, sua miséria, sua vivência, falta de amor. E enquanto os olhos e o coração perdem a inocência, a poesia se constrói a partir da crise das ilusões, o poeta solitário pensa na prática social da solidariedade.
Sergius Gonzaga
Prof. de Literatura do Curso Mauá